Na lista das maiores do mundo, imponente Praça dos Girassóis conta história e exalta cultura do Tocantins

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g1 celebra os 35 anos do Tocantins com reportagem especial sobre a praça de mais de 570 mil metros quadrados. Palácio do Araguaia fica no centro da Praça dos Girassóis
Tocantins comemora 35 anos! E mesmo sendo um estado jovem, já conquista o título de ter a maior praça da América Latina e na lista das dez maiores do mundo: a Praça dos Girassóis. Com 571 mil metros quadrados, o local é repleto de símbolos, representações e significados.
Seja morador ou visitante, sempre tem alguém dando uma ‘passadinha’ por lá. Mas você conhece os monumentos da praça? Para comemorar o aniversário do estado, o g1 preparou uma matéria especial sobre a praça e como ela está associada a cultura do estado.
Veja abaixo a lista e detalhes dos monumentos prédios que existem na praça:
Palácio Araguaia
Palácio fica no centro da praça e reflete cultura e história tocantinense
Divulgação/Vilma Nascimento
Construído em um 1991, o palácio foi inaugurado no dia 9 de março e serviu como ponto para a construção das principais avenidas da capital: avenida Teotônio Segurado e avenida Juscelino Kubitschek. Acredite se quiser, antes era possível atravessar o palácio fazendo uma simples rotatória. Recentemente, o nome do prédio foi alterado em homenagem ao ex-governador do Tocantins, Siqueira Campos, que faleceu em julho deste ano e teve grande participação na história do estado. O palácio foi projetado pelos arquitetos Maria Luci da Costa e Ernani Vilela.
A história nos detalhes
Além dos monumentos espalhados pela praça, os detalhes artísticos presentes no Palácio também ajudam a contar a história do Tocantins. Na parte externa do prédio, 144 placas retratam a história do estado em ordem cronológica, desde o período geológico até a realização da primeira missa. As placas começam na entrada norte e seguem pela direita, contornando o palácio.
Painéis que ficam dentro do Palácio do Araguaia contam a história do Tocantins
Divulgação/Stefani Cavalcante
Já na parte interior do prédio, pela entrada da ala norte, dois painéis retratam momentos históricos do estado. O primeiro ‘Painel das Lutas’, que mostram os acontecimentos que levaram a criação do Tocantins. A chegada dos europeus na região, o descobrimento e exploração do ouro, a cidade de Natividade, as ruínas da igreja nossa senhora do rosário dos pretos, entre outros fatos.
O ‘Painel das Conquistas’ retrata o período republicano. Mesmo com o nome ‘conquista’ o painél relembra momentos históricos que marcaram a população tocaninense como a Chacina do Tronco em Dianópolis. Há também as pinturas que marcam as primeiras atividades aéreas realizadas por brigadeiro Lysias Rodrigues. O jornal ‘Ecos do Tocantins’ de Trajano Coelho e ações realizadas por Siqueira Campos ao longo dos anos. Na pintura ele sempre é retratado com a cor azul.
Vitrais misturam religiosidade com a cultura do norte e do cerrado
Reprodução/Stefani Cavalcante
Dentro do palácio os vitrais também carregam representações, desta vez religiosas como os Reis Magos, o menino Jesus e o Batismo de Jesus feito por João Batista no rio Jordão, todas com um toque de modernidade e referências da região norte e cerrado. Os painéis e vitrais foram produzidos pelo artista DJ Oliveira.
No Palácio também é realizada a visitação guiada, onde as obras e suas histórias são contadas para moradores e visitantes. O local fica aberto das 8h às 18h e as visitações guiadas devem ser agendadas.
O piso da praça
Pinturas na praça fazem referência as culturas das etnias indígenas presentes no Tocantins
Reprodução/Google Earth
Na praça você já dever ter visto os diversos desenhos no piso. A presença deles é uma reverencia e representação os povos indígenas, sendo os primeiros habitantes da região. As etnias representadas na praça são: Apinajé, Krahô, Xerente, Karajá, Javaé e Xambioá. Por causa da pedra portuguesa, material utilizado no piso, as pinturas estão intactas há mais de duas décadas. A presença da cultura indígena está presente até mesmo no nome do estado, já que a palavra Tocantins vem do tupi-guarani, que significa o bico de tucano.
Brasão do Estado
Brasão está pintado no piso da praça em frente ao Palácio do Araguaia
Reprodução/Governo do Tocantins
Um dos símbolos do Tocantins, o brasão encontra-se desenhado no piso da praça, na ala sul do Palácio Araguaia. A frase escrita na faixa acima do brasão ‘co ivy ore retama’ significa em tupi-guarani ‘Esta terra é nossa’. As duas faixas azuis, direcionadas para cima, representam os dois principais rios do Estado: o Tocantins e o Araguaia. Já a faixa branca, ao centro, com um sol nascendo, traz o significado de um futuro melhor; a faixa amarela, abaixo, significa as riquezas minerais do Tocantins. Os ramos que crescem dos dois lados do brasão representam as riquezas naturais.
Memorial da Primeira Missa, o Cruzeiro
Primeiro monumento a ser colocado na praça representa a primeira missa realizada em Palmas
Divulgação/Vilma Nascimento
Considerado o primeiro monumento da praça, uma cruz feita de pau-brasil marca o local da primeira missa realizada em Palmas. A obra foi esculpida pelo artesão Arnildo Antunes e lançada em 1989 e marca o momento em que deu início a construção de Palmas, às 10h do dia 20 de maio. A cruz possui detalhes na haste como mãos entalhadas no mapa do Tocantins. Para visitar o local, basta ir à ala norte da praça entre o prédio do Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa. Nos anos 2000, a escultura chegou a ser tombada como patrimônio cultural da cidade. Ao lado do monumento também é possível ler a proclamação da capital, exposta em uma placa.
Momumento Súplica dos Pioneiros
Súplica dos Pioneiros, localizado na ala norte da praça
Divulgação/Vilma Nascimento
Com os braços para o céu, uma família é recriada em escultura como forma de homenagear os primeiros moradores de Palmas. Os pioneiros. A estátua criada por Mauricio Bentes, foi inaugurada no dia 18 de março de 2002. Fica na ala norte da praça, há alguns passos do Cruzeiro. O monumento também aponta para o leste, direção onde o sol nasce, com intuito de representar a vida em um novo lugar.
Palácio João D’Abreu – Assembleia Legislativa
Palácio João D’Abreu fica na ala norte da praça
Reprodução/Assembleia Legislativa do Tocantins
Inaugurado em dezembro de 1994, o nome do Palácio é uma homenagem ao deputado federal João d’Abreu, que atuou no desenvolvimento do Tocantins, quando a região ainda fazia parte de Goiás, especialmente no setor educacional.
Palácio Rio Tocantins – Tribunal de Justiça
Palácio Rio Tocantins, localizado na ala norte da Praça dos Girassóis
Divulgação/Vilma Nascimento
Em 1989, antes de ser criado o palácio, o Tribunal não tinha prédio próprio. Na época, foi necessário instalar um fórum de Miracema nos fundos de uma casa residencial. Já em 1990 quando Palmas era capital foi construído um barracão de madeira para ser a sede do TJTO. A sede que hoje está presente na praça foi inaugurada no dia 20 de maio de 1994 e recebeu o nome de Palácio Rio Tocantins.
Monumento à bíblia
Monumento à bíblia faz representação ao centro geodésico do Brasil, que fica dentro do Palácio Araguaia
Divulgação/Vilma Nascimento
Polêmico, gera questionamento, mas celebrado com orgulho entre os tocantinenses: o marco do centro do Brasil fica no Tocantins. É representado no centro da Rosa dos Ventos com o Monumento à Bíblia, que simboliza pessoa com os braços para cima segurando uma bíblia. A obra está na praça desde dezembro de 2000. A outra rosa dos ventos e verdadeiro ponto central do Brasil no hall do Palácio do Araguaia.
Mapa do Tocantins
Mapa do Tocantins é retratado na Praça dos Girassóis
Reprodução/Google Earth
Andando pela praça talvez não dê para notar, mas em imagens de drone ou satélite é possível ver que o mapa do Tocantins é recriado na ala norte. No espaço estão localizados os três monumentos citados acima. Além das obras, o mapa também conta com símbolos e pinturas das etnias indígenas do estado.
“A praça foi sendo construída aos poucos, em 1988 houve uma modificação no plano arquitetônico, já que inicialmente as avenidas Teotônio Segurado e JK passavam no meio da praça. A construção começou em outubro desse mesmo ano e o local foi inaugurado no dia 7 de setembro de 2000”, explicou o historiador Junio Batista.
Fonte Luminosa
Fonte luminosa fica ao lado do Tribunal de Justiça, na ala norte da praça
Reprodução/Governo do Tocantins
Localizada atrás do Tribunal de Justiça , a fonte conta com um conjunto de três piscinas, 16 bombas e 64 lâmpadas. Vista de cima é possível ver o desenho de um girassol na fonte. O local é um espaço para que famílias, visitantes e moradores possam aproveitar os quiosques e parquinho para crianças, que ficam próximo a fonte. O chão onde ficam os quiosques foi construído com pinturas que simbolizam as culturas indígenas do estado.
Relógio de sol
Relógio de sol, localizado na ala norte da praça, próximo ao Palácio Araguaia
Divulgação/Vilma Nascimento
Sol é o que não falta no Tocantins. E como parte dos monumentos da praça um relógio de sol foi instalado na ala leste do ‘ladinho’ do Palácio Araguaia. A obra foi construída por Silênio Martins Camargo e inaugurada no dia 7 de setembro de 2000. O ponteiro, com 14 metros de comprimento voltado para o sul marca as horas e os meses do ano. Mesmo após o sol de pôr, o relógio ainda pode ser utilizado como um observatório da constelação do Cruzeiro do Sul, já que a haste do ponteiro permite ver a movimentação da constelação.
Cascata
Cascata relembra belezas naturais do Tocantins; monumento está la ala sul da praça
Reprodução/Frederick Borges/Governo do Tocantins
E falando de riquezas naturais, o Tocantins é repleto de belezas hídricas. E para simbolizá-las, João Devair, em parceria com a engenheira Lúcia Bacelar criaram o monumento que reúne plantas do cerrado, pedras e cachoeiras artificiais. A obra fica na ala sul da praça, em frente ao Palácio. O cascata está instalada desde os anos 2000.
Praça Krahô
Praça Krahô fica na ala sul da praça, atrás da catedral
Reprodução/Google Earth
Localizada na ala sul, a praça faz uma homenagem a etnia Krahô. Em formato circular, o local representa o equilíbrio, organização social e política dos indígenas.
Catedral
Catedral fica na ala sul da praça
Reprodução/Valdir Oliveira/Arquivo Pessoal
A devoção ao Divino Espírito Santo no interior do estado foi a motivação para construção da catedral. A obra deve ser inaugurada até 2026. Com os anos, o projeto chegou a ser modificado. O prédio deve abrigar toda a sede administrativa da Arquidiocese (Cúria Metropolitana) além do Salão Paroquial, Salas de Catequese, Batistério, entre outros ambientes. São quase 6 mil metros quadrados de área construída.
A catedral fica na ala sul da praça. As missas são realizadas pelo padre Eduardo Zanom de segunda à sábado às 18h30 e aos domingos às 8h, 11h30, 17h e 18h30. A missa das crianças também acontece aos domingos, às 10h.
Memorial Coluna Prestes
Memorial é obra do arquiteto Oscar Niemeyer
Divulgação;Vilma Nascimento
O memorial é uma homenagem aos Tenentes de 1922 e a marcha da Coluna Prestes. A ação foi liderada por Luis Carlos Prestes, que percorreu 25 km pelo interior do Brasil, incluindo o Tocantins. Obra foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada em 2001. O espaço conta um auditório, documentos, fotografias e objetos pessoais de Prestes. Na parte exterior, a escultura de bronze ‘Cavaleiro da Luz’, que fica em um pedestal, faz referência ao tenente que desbravou o país. O local onde o memorial está instalado é exatamente o espaço por onde Preste passou.
A visitação no Memorial acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. A entrada é gratuita.
18 do Forte
Monumento ’18 do Forte’, fica na ala sul da praça
Divulgação/Vilma Nascimento
Um dos monumentos mais famosos da praça, ’18 do Forte’ retrata a revolta de 1922 contra a República Velha no Rio de Janeiro, que teve como líder o tenente Antônio de Siqueira Campos. São 19 esculturas que representam soldados em posição de ataque, movimentando uma bandeira do Brasil destruída enquanto há outros soldados caídos, feridos e um fotógrafo que registra a batalha. A obra do escultor Maurício Bentes foi inaugurada em outubro de 2001 e fica na ala sul da praça, próximo a avenida LO-01.
A praça ainda deve receber novas secretarias e revitalização dos prédios existentes. Com isso abre a possibilidade e uma nova discussão para as adaptações necessárias no local que possam beneficiar a população, sem alterar os monumentos que contam a história do Tocantins.
“Nos preocupamos na época em localizar os prédios públicos, o monumento que merece ser valorizado sobre a Primeira Missa. Nós deixamos o piso porque era uma intensão de reunir pessoas, uma multidão. A praça hoje em dia merece um planejamento para melhorar o uso por parte da população, abrigando as construções que já estão implantadas”, destacou o arquiteto responsável pelo projeto arquitetônico do Plano Diretor de Palmas, Walfredo Antunes de Oliveira.
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Fonte: G1 Tocantins